As cartas

Primeira Carta de uma alma perdida na escuridão




O Mundo está de pernas para o ar, já não se sabe o que fazer, necessitamos o que o mundo volte ao normal. Estamos fartos disto. Queremos as nossas vidas de novo. Queremos viver mais uma vez, queremos ser nós a dar voz, de novo ao Mundo. Este Mundo que se encontra perdido, sem saída, sem rumo, sem nada. Sei, e todos sabemos, que assim não podemos continuar, queremos viver acima de tudo. Eu pessoalmente, além de tudo isto, também quero liberdade, pois só nós falta pedir liberdade. A liberdade que nos roubaram à milhares de anos. Já que nos mataram, deixem que a nossa alma e o nosso espírito tenham tudo isto, tudo o que o nosso corpo não pôde ter. Mataram-nos sem justa causa, pois nada fizemos, éramos e somos crianças inocentes, pois ainda éramos crianças a querer brincar. Em cada dia é só isso que pedimos, nada mais.



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Segunda carta duma alma perdida na escuridão



Não tenho vida, não tenho forças. O mundo acabou, mas que mal fiz? Tenho 7 anos, que maldade poderei eu ter feito para tal coisa me acontecer. Tudo bem, agora tenho 12, mas não mudou nada, só passou mais tempo sem justiça. Este Mundo ao qual estou preso não é para mim, pois não fiz nada, e como morrei assim mesmo. Isto é outra dimensão, queria puder viver novamente.


Tenho visitado o mundo às escondidas, e sei como isto anda, pensava que só existia aqui dor, mas afinal, mesmo no Mundo, acho que é maior. Mas aí tem motivos para isso, e o meu único motivo é não poder viver mais. Aqui não posso ver o sol, não posso ver a Lua nem as estrelas. Tenho saudade disso tudo, e agora que posso fazer eu? Nada, pois o mal não foi meu, mas sim vosso. Agora é tarde demais, já tenho 12, o meu corpo já desapareceu da Terra, e agora aparecer assim sem mais nem menos, assustaria muita gente.


Pensem nos erros que fizeram...

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